SANTO CURA D'ARS, MODELO DOS SACERDOTES - O que acha que Deus poderia fazer com um burro inteiro?
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Porque Deus escolhe as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.
São João Vianney foi exemplo perfeito disso.
São João não era, de todo, o estudante mais brilhante. De facto, na sua infância e adolescência muitos consideravam-no "burro". E a fama não mudou muito quando procurou seguir a vocação sacerdotal.
João Maria Vianney foi autorizado a estudar no seminário, mas era considerado “muito lento” pelos instrutores. Depois de ser reprovado em mais um exame, ouviu do reitor o seguinte:
“João, os professores não o consideram apto para a sagrada ordenação ao sacerdócio. Alguns o chamaram de ‘burro que nada sabe de teologia’. Como podemos promovê-lo ao sacramento do sacerdócio?”.
A resposta que São João Maria Vianney lhe deu se tornou célebre:
“Monsenhor, Sansão matou cem filisteus com a queixada de um burro. O que acha que Deus poderia fazer com um burro inteiro?”.
Mais tarde, e em parte em resultado das tensões e perseguições levadas a cabo pela Revolução Francesa, o país estava à míngua de padres. Por isso, o vigário-geral de Lyon sentiu-se inclinado à indulgência para com aquele seminarista tão esforçado, e perguntou ao Pe. Balley:
– Ele sabe rezar o rosário?
– Sim, é um modelo de piedade.
– Se é um modelo de piedade, eu o admito às ordens menores. A graça de Deus fará o resto.
Nunca uma profecia se cumpriu com mais liberalidade!
Designado para a o pequeno povoado de Ars, um aglomerado de algumas dezenas de casas, com apenas 230 habitantes, o humilde sacerdote tornaria esse vilarejo universalmente famoso.
Os habitantes viviam num paganismo prático, formado de negligência, indiferentismo e esquecimento das práticas religiosas.
Como transformar aquela paróquia tíbia num modelo de vida católica? Eis o desafio para o Cura d´Ars (cura era o nome que designava um vigário de aldeia).
Qual foi a sua "receita" para o sucesso?
A oração e o sacrifício eram as suas maiores armas.
O seu jejum era permanente. E, mais do que tudo, passava horas ajoelhado diante do Santíssimo Sacramento, pedindo a conversão dos seus paroquianos.
O Pe. Vianney empregou também todo seu zelo para instruir os fiéis por meio da pregação. Pregava em geral sobre os deveres de cada um para consigo, para com o próximo e para com Deus. Desejava ardentemente a salvação de seus paroquianos, e por isso falava constantemente do inferno e do que precisamos fazer para evitá-lo.
Era conhecido, inclusive, pela sua "santa ira". Completamente intransigente com os maus hábitos dos seus paroquianos, pregando ferozmente contra as imodéstias, intemperanças, blasfémias e desrespeito pelo descanso dominical.
Sua piedade, seus sermões e seu zelo de pastor restauraram pouco a pouco o fervor religioso em sua paróquia. Passava dias inteiros confessando, convencido de que seu objetivo de trazer de volta seus paroquianos para Deus poderia ser ganho se houvesse confiança na misericórdia divina.
Após anos de ministério, o Pe. Vianney podia afirmar: “Encontro-me numa paróquia de muito fervor religioso, e que serve a Deus de todo o coração”. Mais tarde exclamava entusiasmado do púlpito: “Meus irmãos, Ars não é mais a mesma! Tenho confessado e pregado em missões e jubileus. Nada encontrei como aqui”.
Rezemos a Deus pelas nossas paróquias, para que seus pastores sejam movidos e inspirados pelo exemplo de zelo de São João Vianney, e seus paroquianos sejam tocados pela graça de Deus.
Deus Vult!