Pela sua natureza angélica, estão os anjos muito acima dos humanos. Diz Santo Agostinho:  “A natureza Angélica precede a todo o cr...

ANJOS E DEMÓNIOS - 6ª Parte: Porque nos odeia o Diabo e nos amam os Anjos?

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Pela sua natureza angélica, estão os anjos muito acima dos humanos. Diz Santo Agostinho: 

“A natureza Angélica precede a todo o criado em honra e dignidade.” 

São Bernardo e São Vicente Ferrer passam adiante e chegam a dizer, que somos mais "como uns cachorrinhos e umas ovelhinhas em comparação aos príncipes que são os Anjos!".

Também, em razão da sua dignidade, diz Santo Agostinho, que:

 “a culpa dos Anjos foi julgada por tanto mais grave, quanto sua natureza era mais nobre e elevada, porque tanto menos razão tinham de pecar do que nós tivemos, quanto eram mais avantajados que nós.

Por isso, a queda de Satanás no Inferno foi tremenda! Na sua soberba e arrogante, odeia profundamente quem o criou com amor. Fechando-se para a comunhão com Deus, vive nessa permanente autodestruição, com o seu bando de milhões de espíritos malignos.

Cada anjo caído encontra prazer no conhecimento, mas também encontra nele sofrimento. Sofre cada vez que esse conhecimento o leva a considerar-se Deus. E o demónio percebe continuamente a ordem e a glória do Criador em toda a Criação. Até nas coisas aparentemente neutras encontra-O refletido, e isso recorda-o dos atributos divinos que lhe faltam. 

Ainda assim, eles não sofrem a todo o tempo. Por vezes simplesmente pensam. Só sofre em alguns momentos, quando algo recorda-o de Deus, quando tomam consciência do seu estado miserável, e da sua separação de Deus (razão pela qual as vistas de um simples Crucifixo põe-no em fuga, lembrado-o da vitória de Cristo sobre eles).

Mas porque nos odeiam Satanás e seus demónios?

O Diabo vê que existem criaturas que foram destinadas a estarem com Deus: os homens, este ser a quem Deus também deu intelecto, fazendo-o à Sua imagem e semelhança. E isto gera nos demónios o segundo pecado: a inveja. Eles sofrem e entristece-se diante da felicidade a que o amor de Deus destinou os homens, felicidade essa que os demónios perderam pelo pecado. Humilhados e invejosos, desejam a nossa destruição.

Não podendo seduzir os anjos bons, Satanás e seus demónios voltaram-se contra os homens, que ainda não tendo a visão beatífica de Deus, estavam sujeitos a pecar. Ansiosos por ferirem a Deus, que melhor forma haveria do que roubando os Seus filhos amados, seduzindo-os à sua rebelião infernal?

Por isso, durante a nossa vida, os Demónios dirigem toda a sua sanha e malícia a maquinarem ciladas para levar as almas à perdição eterna!

Ora, o combate deste mundo, no qual o Céu e o Inferno disputam para ganhar as almas, seria desproporcional se nós não tivéssemos quem nos defendesse também.

Os anjos, após o seu "sim" eterno a Deus, foram admitidos à Glória. Eles são Príncipes de uma dignidade imensa, pela sua natureza e intimidade com Deus. 
Sendo assim, porque haveriam estes seres formidáveis interessar-se pela salvação da humanidade?

A resposta curta é: por Amor!

Mas não é um amor qualquer! No Céu, a sua caridade é perfeita. Tão perfeita e abrasadora que, sistematicamente, quando um anjo aparece a um ser humanos na Bíblia, os seres humanos são tomados, não só de admiração, mas também de terror! Terror por causa da confusão que o tal amor fervoroso nos suscita!

Eles amam a Deus com todas as suas potências e, tal como os demónios sofrem por reconhecerem a grandeza de Deus na Criação, e em especial nos homens, também os anjos a reconhecem, mas têm a reação contrária, apaixonando-se pelos homens por verem neles refletido o amor, a sabedoria, a imagem do Deus vivo!

Cada ser humano é Criado único por Deus, para refletir o Seu amor, o Seu Ser, de uma forma ímpar.
Ah! A dignidade de cada alma! Se soubéssemos o seu valor! É maior que toda a cultura, arte, riquezas deste mundo! E os anjos sabem disso! Na sua pureza, não são ciumentos do amor que Deus nos dedica, ademais que é infinito e chega para todos. Mas vendo como Deus nos ama, poderiam eles não nos amar também?


Por isso o Céus inteiro alegra-se quando um só pecador se converte! (Lc 15; 7)

Mas é uma desgraça terrível que uma alma se condene ao Inferno, pois é a perda irreparável de uma pensamento único e singular de Deus.

Ah! Se compreendêssemos isto verdadeiramente, seriamos atingidos com uma emergência incontrolável em converter almas por amor a Deus, pelo potencial que cada uma tem de, um dia nos Céus, refletir de forma única algo do Criador que antes nos era oculto. 

E a salvação de nenhuma pessoa, por mais miserável ou insignificante que parecesse, nos seria indiferente. Porque não existem pessoas vulgares.

Os anjos compreendem isto, e estão de tal forma unidos e conformes à Vontade de Deus que não nos desejam outra coisa se não aquilo que Deus quer para nós: a Felicidade eterna! E trabalham incansavelmente pela nossa salvação!

Se tudo isto não bastasse para compreender o amor dos anjos por nós, após a Encarnação do Verbo, a estima em que os anjos nos olhavam cresceu incrivelmente!

Se, como vimos, é verdade que a natureza angélica é mais nobre que a humana, é também verdade que a natureza humana em alguns merecimentos, passou a excede à angélica. (2)

Em primeiro lugar, pela grandeza da maior das obras de Deus, a Encarnação do Verbo divino, em que o filho de Deus recebe em Sua própria Pessoa eterna, a natureza humana perfeita, de maneira que Deus é Homem e o Homem Deus, por conseguinte adorado de toda a natureza angélica e humana. Nunca lemos, diz São Paulo, que Deus se fizesse Anjo.

Em segundo lugar, a nossa natureza excede à angélica na glorificação de ambas as naturezas (espiritual e corporal) de que é composta. Com os Anjos, gozarão os homens da divindade do Redentor, alcançando com suas almas a divina vista, com a qual contemplando a glória do Redentor, mas também alcançaremos em nossos corpos e sentidos a glorificação eterna, em comunhão com Cristo!

Por causa da Encarnação, o homem tem parentesco com Cristo não só da parte de Pai Eterno, (a qual também a têm os Anjos), mas também da parte de mãe, a Virgem Santíssima, sendo pela natureza humana seu irmão por inteiro.

Desta forma, a natureza humana que, a princípio os anjos pouco prezavam, depois que a viram unidas ao Verbo e acima da sua, temem de a ver prostrada diante de si (Ap. 19;10), nem se atrevem já a desprezá-la como inferior, aquilo que no reino dos Céus honram, nem se desonram em ter o homem por irmão e companheiro, quando tem sobre si e adoram ao homem Deus.

Daqui procede a estima em que os Anjos nos têm, o fervor com que nos amam e servem e protegem, ansiosos e diligentes no auxilio dos homens para que nos reconciliemos com Deus e estejamos na Sua amizade.

Por isso, tenhamos grande confiança no socorro destes príncipes guerreiros, sob a guarda dos quais Deus nos deu a honra de estarmos!
A forma como nos atacam os demónios e nos defendem os anjos será o tema da próxima parte.

Deus Vult!


Fontes:

(1) Exorcista Pe. José Antonio Fortea, em sua “Summa Daemoniaca”





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