Assim que estiveres consciente das tuas faltas e arrependido, estarás pronto para entrar no confessionário. Aí, diante do embaixado...

COMO BEM SE CONFESSAR - Parte 2 (Confissão)

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Assim que estiveres consciente das tuas faltas e arrependido, estarás pronto para entrar no confessionário. Aí, diante do embaixador de Cristo (o sacerdote), deveras confessar verbalmente os teus pecados.

Para muitos, este talvez seja até o passo mais complicado! Mas assim desejou Nosso Senhor que se fizesse (João 20:23). Na Sua Misericórdia e misteriosa Providência, Deus usa instrumentos humanos para redimir a humanidade. 

Para bem nos confessarmos, é necessário o seguinte:


  1. Que verbalizemos, pelo menos, os pecados mortais (1);
  2. O seu número (tão próximo quanto conseguirmos), 
  3. A sua espécie: isto é, deve-se declarar que pecado foi, pois não basta dizer: pequei gravemente, nem: pequei gravemente contra a castidade, sem explicar de que se tratou. (seria o mesmo que chegar ao médico e dizer "dói-me". Como iria o médico saber que remédio usar?); 
  4. E as circunstância que possam ser agravantes (um exemplo simples: roubar é pecado, mas roubar a um pobre torna-o mais grave) (CDC no cânon 987).

Nesse momento, fica de sobreaviso! Porque o demónio fará de tudo para que, por vergonha, ocultemos algum pecado ou agravantes. A vergonha de nossos pecados é salutar quando nos leva ao arrependimento e desejo de ser melhor, mas é fruto do orgulho se nos impede de bem confessar. Devemos expor tudo como crianças, e vendo no sacerdote o próprio Cristo, sem deixar a vergonha nos calar. Devemos evitar detalhes irrelevantes, mas ser claros e precisos.

Algumas notas importantes: 

Se nos esquecermos honestamente de confessar algum pecado, e só lembrarmos dele depois da confissão, podemos estar certos do perdão dessa falta também, mas devemos confessá-lo logo que tenhamos oportunidade. (Catecismo de São Pio X, n.º 751).

O mesmo acontece se, por falha de memória sincera, simplesmente já não nos lembramos de ter cometido certos pecados. Vejamos: O que interessa é ter uma atitude humilde de conversão.

O mesmo NÃO acontece se, propositadamente, por vergonha ou obstinação em algum pecado grave, ocultamos um pecado grave ao confessor. O arrependimento dos pecados deve ser uma atitude integral, e é sacrilégio (outro pecado grave) a ocultação propositada de pecados graves no sacramento da reconciliação. Outro sacrilégio seria mentir, pedindo perdão por pecados graves não cometidos (Catecismo de São Pio X, n.º 753).



Ainda outra nota importante que poderá ser útil:

Por vezes podemos não ter a certeza se pecámos gravemente. Pela definição de pecado mortal (ver no fim do artigo), é necessário que haja consentimento da nossa parte. Quando não se tem certeza sobre se, tendo sido tentado, realmente consentiu ou não, devemos confessá-lo na mesma, mas referindo essa dúvida. Além disso, o penitente deve, necessariamente, apresentar outras faltas, ou, se não as tiver, alguma falta antiga, mesmo que já a tenha confessado, para que a confissão se torne válida. Isso porque a confissão de um ato qualquer sobre o qual não se assegura a consumação do pecado não constitui matéria para o sacramento (como foi explicado na 1ª parte, sobre a matéria do pecado). Um rapaz que não sabe se consentiu ou não na moção de desejar a mulher do vizinho não pode confessar apenas essa dúvida. 

Confessar pecados já confessados é permitido porque o mais importante na confissão é o aumento da graça santificante. Quando nos confessamos recebemos a graça de Deus em nosso coração, que, por sua vez, nos livra das feridas do pecado. Repetir, pois, um pecado já confessado pode ser uma atitude de piedade para com Deus. Tenhamos cuidado, porém, em discernir se o fazemos por devoção ou motivados por escrúpulos, isto é, por falta de confiança no sacramento (achando que o pecado ainda não "está perdoado o suficiente").

Além das disposições que acima temos referido, devemos aproximarmo-nos deste sacramento com fé, esperança e amor a Deus.

na eficácia deste Sacramento, pois que, embora não necessitando, Deus quis que precisássemos dos Seus sacerdotes como ministros da Sua misericórdia. Ainda que sejam apenas homens, pecadores como nós, é Cristo quem, por meio deles, nos perdoa. Este é um mistério que não podemos compreender totalmente, mas podemos facilmente reconhecer e saborear a Sabedoria divina, que deseja que precisemos uns dos outros para a obtenção da Sua graça.
Esperança de que, estando nas disposições que já referimos, os nossos pecados são apagados. Uma esperança que nos deve encher de alegria e confiança!
Amor a Deus, sem o qual não seriamos capazes de nos desapegar do pecado.


Deus Vult!


(1) Um pecado mortal é um pecado em matéria grave, cometido com pleno conhecimento e pleno consentimento. Isto é, pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato e a liberdade suficiente para o cometermos voluntariamente. A ignorância afetada e o endurecimento do coração não diminuem, antes aumentam, o caráter voluntário do pecado." (CIC 1859)


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