Hoje a Igreja celebra o dia de Nossa Senhora do Carmo, a qual está intimamente ligada aos Carmelitas e ao Escapulário do Carmo.  A...

FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO - História e utilização do Escapulário

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Hoje a Igreja celebra o dia de Nossa Senhora do Carmo, a qual está intimamente ligada aos Carmelitas e ao Escapulário do Carmo. 

A origem do escapulário de Nossa Senhora do Carmo está ligada a um difícil momento da história da Ordem Carmelita.


Os eremitas que viviam nas grutas do Monte Carmelo buscando, à semelhança de Maria e do profeta Elias, a intimidade com Deus no silêncio e na oração, viram-se obrigados a migrar para a Europa depois da tomada da Terra Santa pelos inimigos da verdadeira religião. Uma vez chegados no Ocidente, encontraram vários obstáculos para aí se estabelecerem. 

O Carmelo corria até mesmo o risco de se extinguir.


Na época, era Superior Geral Frei Simão Stock. A tradição nos conta que o santo implorava fervorosamente a Maria que não deixasse morrer a Ordem que nascera para honrá-la e imitá-la. Rezava ele:

Virgem do Carmo,
Vinha florida,
Esplendor do Céu,
Virgem Mãe incomparável,
Doce Mãe, mas sempre Virgem,
sede propícia aos Carmelitas, 
Ó Estrela do Mar!

E a oração de São Simão Stock chegou ao coração materno de Nossa Senhora...

Segundo a tradição da Ordem e antigos testemunhos, no dia 16 de julho de 1251, a Virgem Maria apareceu a São Simão Stock e lhe entregou o escapulário dizendo:

“Meu filho muito amado, eis o Escapulário que será distintivo da tua Ordem. Aceita-o como um penhor de bênção que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo. Aquele que morrer piedosamente, vestido com este Escapulário, participará da eterna salvação”!

Desde então, o escapulário passou a fazer parte integrante do hábito dos carmelitas.

De facto, o escapulário é, como o nome indica, um hábito vestido sobre os ombros (escápulas), como  um avental, simbolizando o trabalho e serviço desta antiga Ordem à Virgem Mãe. O escapulário usado pelos leigos não passa, por isso, de uma miniatura desse hábito carmelita, constituído por dois pedaços de lã castanha trazidos, um ao peito e um pelas costas, unidos por algum cordel aos ombros. 

Aqueles que usam este hábito, únem-se, de certa forma, ao espírito da Ordem do Carmelo, pelo qual se colocam ao serviço da Virgem Maria e se propõem a honrá-la e fazê-la ser honrada, por obras e palavras, para a maior glória de Deus!.


Não se trata, evidentemente, de um voto religioso, mas sim de um "sacramental", verdadeiro instrumento da graça divina para que nos convertamos e levemos uma vida nova e de fervorosa oração.

Para aqueles que assim vivem, e segundo a promessa da própria Mãe de Deus, o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo é garantia incondicional de salvação, para aqueles que fazem a vontade de seu Filho.

Entre os numerosos favores espirituais concedidos pela Igreja àqueles que carregam o escapulário, o mais insigne é o “privilégio sabatino”. 

Crê-se que a sua origem está na “Bula sabatina” que o Papa João XXII terá publicado em 1317 após ter sido favorecido por uma visão da Bem-aventurada Rainha do Carmelo. A Santíssima Virgem prometeu, então, ao Santo Padre libertar do purgatório, no sábado após a morte, aqueles que carregassem o seu escapulário. 

Duas condições foram fixadas para se beneficiar desta promessa: a observação da castidade pelos confrades segundo seu estado (completa no celibato e conjugal no matrimónio) e a recitação das horas canónicas (ou do Ofício Parvo da Santíssima Virgem).

A autoridade da Igreja, com efeito, já por várias vezes confirmou da forma mais formal o conteúdo desta bula misteriosa, isto é, o “privilégio sabatino”. Há, de fato, poucas indulgências que tenham tido tão numerosas e tão solenes aprovações pontifícias. Seja-nos suficiente citar os atos dos papas Clemente VII (Bula Ex clementis, de 12 de agosto de 1530), Paulo III (em 1530 e 1549), Pio IV (1561), São Pio V (Bula Superna dispositione, de 18 de fevereiro de 1566), e, mais recentemente, as aprovações de São Pio X em 1910, de Bento XV em 1916, e de Pio XII em 1950.


Este privilégio constitui uma espécie de indulgência plenária, efetivando-se, no mais tardar, no sábado seguinte à morte. 

QUESTÕES PRÁTICAS SOBRE O ESCAPULÁRIO

I- O Escapulário tem de ser, obrigatoriamente “imposto” (isto é, colocado em torno dos ombros por outra pessoa), utilizando-se do ritual previsto para tal efeito. Em caso de urgência (perigo de morte) e se for impossível achar um sacerdote, um leigo poderia impor um escapulário que tenha sido anteriormente abençoado por um padre, em si mesmo ou em outra pessoa, recitando uma oração à Santíssima Virgem.

II- Qualquer padre ou diácono (segundo o Código de Direito Canónico de 1983) pode fazer a imposição do Escapulário (no passado, era preciso uma autorização especial da Ordem dos Carmelitas Descalços). Para tal, é necessário utilizar uma das fórmulas de bênção previstas pelo Ritual Romano.

III- O Escapulário do Monte Carmelo é composto de dois pedaços de lã castanhos, de forma retangular ou quadrada, não tricotadas mas tecidas, ligadas entre elas por dois fios de maneira que possa ser portado em torno dos ombros, um pedaço sobre o peito e o outro às costas. A imagem da Santíssima Virgem não é necessária, mas é um piedoso e louvável costume.

IV- O Escapulário deve ser usado de forma moralmente contínua (logo, também durante a noite); pode-se tirá-lo para lavar. Pode ser escondido sob as vestes. Depois da primeira imposição, não é preciso nova nova cerimónia de bênção ou de imposição (a benção do primeiro escapulário passa aos seguintes). Por isso, quando um escapulário está sujo ou muito gasto, pode-se, simplesmente, substituí-lo por um novo.

V- A medalha do Escapulário.

O Papa São Pio X concedeu a faculdade de se substituir o Escapulário de tecido por uma medalha, sobretudo em razão da rápida corrupção da estofa nos países quentes (Decreto Cum Sacra de 16 de dezembro de 1910). Esta concessão foi depois estendida ao mundo inteiro. Pode-se, assim, com a medalha do Escapulário, beneficiar-se das três promessas da Santíssima Virgem: a preservação das chamas eternas, a liberação do purgatório (privilégio sabatino) e a proteção contra os perigos da alma e do corpo. Deve-se, no entanto, notar que a medalha não pode ser usada para a imposição. É, pois, indispensável receber, segundo as normas mencionadas supra, um primeiro Escapulário de pano: somente depois, pode-se substituí-lo pela medalha (anteriormente abençoada com a fórmula de bênção do Escapulário). A medalha deve representar em um lado Nosso Senhor mostrando seu Coração e do outro a Santíssima Virgem. Pode-se portar a medalha do Escapulário ao redor do pescoço ou sobre si de uma outra maneira. 

Entretanto, deve-se insistir no fato que a Igreja prefere o Escapulário em tecido, uma vez que ele melhor representa a veste dada pela Santíssima Virgem a São Simão Stock. A concessão da medalha não é senão uma dispensa, e os papas São Pio X e Bento XV, que a concederam, asseveraram que queriam que os fiéis continuassem a portar, se possível, o Escapulário em lã.

Pode-se, inclusive, contornar o inconveniente desgaste do tecido protegendo o Escapulário com um envelope plástico, ou simplesmente trocando com frequência de Escapulário. O Escapulário usado, por sua vez, deve ser queimado, para que não haja o perigo de ser profanado.

VI- Condições para ser beneficiado pelas promessas.

a)     Para a promessa principal da preservação do inferno, não há nenhuma condição particular, senão aquela de receber o Escapulário com uma reta intenção e de portá-lo no momento da morte (caso seja ele tirado de um doente no hospital contra a sua vontade, considera-se que ele continuou a portá-lo. Pode-se também, nesse caso, pedir que ele seja amarrado à mesa de cabeceira do doente).

O Escapulário pode ser imposto em pessoas acatólicas, desde que compreendam elas a sua significação. Foram relatados casos de conversões miraculosas de protestantes e mesmo de pagãos que receberam o Escapulário.

b)     Para se beneficiar do privilégio sabatino (liberação do purgatório pela Santíssima Virgem no sábado seguinte à morte) são necessárias três condições:

  1. Portar habitualmente o Escapulário;
  2. Conservar a castidade de seu estado (completa no celibato e conjugal no matrimônio); deve-se notar que esta obrigação nada adiciona aos deveres de todo cristão naquilo que tange à castidade; 
  3. Recitar diariamente o Ofício Parvo da Santíssima Virgem. Os sacerdotes, ao imporem o Escapulário, têm o poder de comutar esta obrigação um tanto difícil, prescrevendo, por exemplo, em seu lugar, a recitação quotidiana do terço do Santo Rosário. Que os leigos não hesitem em pedi-la.
  4. A utilização do Escapulário não obriga sob pena de pecado. Pode-se, pois, depois de tê-lo recebido, parar de usá-lo sem cometer nenhuma falta moral; mas não mais se beneficia de suas promessas. Aquele que voltasse a utilizar o Escapulário após ter tê-lo abandonado por algum tempo, mesmo por vários anos, não precisa novamente da sua imposição.


c)     Não parece de forma alguma ser prudente impor o Escapulário sem antes explicar à pessoa de que se trata, nem sem se assegurar da sua reta intenção. É mesmo conveniente lhe fazer ler algum documento sobre o Escapulário, e, se possível, de envolver a cerimónia de imposição de uma certa solenidade (é desejável que seja ela feita em uma Igreja).

VII- Indulgências anexadas ao porte do Escapulário.

Uma indulgência parcial (remissão de uma parte das penas que deveríamos sofrer no purgatório) é dada àqueles que portarem piedosamente o Escapulário ou a medalha, cada vez que renovarem sua união à Santíssima Virgem ou a Deus pelo Escapulário ao beijá-lo, ou ao formular interiormente um desejo, uma inspiração ou uma invocação.

Uma indulgência plenária (remissão da totalidade das penas do purgatório) é concedida no dia em que se recebe pela primeira vez o Escapulário, bem como nas seguintes festas:


  1. De Nossa Senhora do Carmo, no dia 16 de julho; 
  2. Do Santo profeta Elias, no dia 20 de julho;
  3. De Santa Teresa do Menino Jesus, no dia 1º de outubro;
  4. De Todos os Santos da Ordem do Monte Carmelo, no dia 14 de novembro; 
  5. De Santa Teresa de Jesus, no dia 15 de outubro;
  6. De São João da Cruz, no dia 14 de dezembro;
  7. De São Simão Stock no dia 16 de maio.


Esta indulgência é concedida sob as condições normais de uma Indulgência:


  • Confissão, comunhão, repulsa de toda a ligação ao pecado, mesmo venial (isto quer dizer que se preferiria morrer a cometer deliberadamente um pecado venial), oração pelo Papa (por exemplo, um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória).
  • Vontade de observar o espírito da Associação do Escapulário (Servindo a honra da Virgem Maria e vivendo habitualmente em graça)

Ó Maria, formosura do Carmelo, tornai-me digno da vossa proteção, revesti-me com a vossa veste, sede a mestra da minha vida interior.



Deus Vult!


Fonte
https://missatridentinaembrasilia.org/2013/07/21/algumas-questoes-sobre-o-escapulario-de-nossa-senhora-do-carmo/?fbclid=IwAR3C63IzhKjP2xePTzdndzyVC-bHF1YRF-_AE75AAXTL9lbkLnizrF80pRo




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