A VERDADEIRA MANSIDÃO - Meditação sobre a virtude da mansidão e da santa ira
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"Bem aventurados os mansos, porque possuirão a terra" Mt 5,4
O que é ser manso? Na língua original do Novo Testamento (grego) a palavra “manso” significa literalmente “força sob controle.”
Muitos interpretam a virtude da mansidão como um apelo a um pacifismo que tudo tolera, a uma total renúncia à violência ou mesmo a uma timidez e fuga de confrontações. Mas isso não é o que esta virtude exige de nós.
Como nos explica Santo Tomás de Aquino (Suma Teológica, 3979), irar-se em si não é pecado, pois a ira é uma potência natural do ser humano. É aquele fogo, aquela força interior que nos impele a lutarmos por algum bem.
Porém, por causa do pecado original, a forma como usamos a ira ficou defeituosa, isto é, ou nos iramos demais ou nos iramos de menos. Ou nos iramos demais, irritando-nos pelas coisas erradas ou pelas razões erradas, ou nos iramos de menos, por falta de coragem, reagindo fracamente contra a injustiça e o mal. A pessoa age com severidade, pensando estar cumprindo a justiça, mas, na verdade, acaba pecando por falta de paciência e doçura.
É aqui que entra a virtude da Mansidão, pela qual regulamos o apetite irascível (a ira) pelo uso da razão. Mansos são aqueles que controlam a cólera segundo os ditames da sua razão, cumprindo o que disse São Paulo: "Irritai-vos, mas não pequeis" (Ef. 4,26).
O homem que possui a virtude da mansidão tem controle completo de suas emoções, ele é senhor de si mesmo. Por isso, aos mansos, Cristo promete a posse da Terra, isto é, o domínio de si mesmo, da sua natureza, alma e corpo.
Os iracundos (vício oposto à mansidão) como não dominam sequer a sua própria ira, são escravos da ira, incapazes de dominar a irritabilidade face às contrariedades da vida. Já os mansos são chamados por Cristo de Bem-aventurados, felizes, pois não se deixam levar pela raiva ou irritações e por isso não perdem a paz interior.
Ser manso é uma virtude e, por isso mesmo, adquire-se pelo treino, pelo hábito de julgar as situações não pelas emoções mas pela razão.
Para sermos mansos, precisamos da ajuda de Deus, para vermos as coisas com os olhos d’Ele e julgarmos sabiamente a hora e locar apropriados para a ira, usando o critério da caridade. Por este critério, o Manso suporta as contrariedades, humilhações e injustiças contra si na medida em que isso é proveitoso para a sua alma, testemunha a sua fé e promove a conversão do seu próximo.
Mas o mesmo Manso poderá discernir que agir com santa ira é benéfico ou mesmo necessário para corrigir o próximo e afastá-lo do mau caminho, ou para defender os inocentes e punir os agressores.
Muitos interpretam a virtude da mansidão como um apelo a um pacifismo que tudo tolera, a uma total renúncia à violência ou mesmo a uma timidez e fuga de confrontações. Mas isso não é o que esta virtude exige de nós.
Como nos explica Santo Tomás de Aquino (Suma Teológica, 3979), irar-se em si não é pecado, pois a ira é uma potência natural do ser humano. É aquele fogo, aquela força interior que nos impele a lutarmos por algum bem.
Porém, por causa do pecado original, a forma como usamos a ira ficou defeituosa, isto é, ou nos iramos demais ou nos iramos de menos. Ou nos iramos demais, irritando-nos pelas coisas erradas ou pelas razões erradas, ou nos iramos de menos, por falta de coragem, reagindo fracamente contra a injustiça e o mal. A pessoa age com severidade, pensando estar cumprindo a justiça, mas, na verdade, acaba pecando por falta de paciência e doçura.
É aqui que entra a virtude da Mansidão, pela qual regulamos o apetite irascível (a ira) pelo uso da razão. Mansos são aqueles que controlam a cólera segundo os ditames da sua razão, cumprindo o que disse São Paulo: "Irritai-vos, mas não pequeis" (Ef. 4,26).
O homem que possui a virtude da mansidão tem controle completo de suas emoções, ele é senhor de si mesmo. Por isso, aos mansos, Cristo promete a posse da Terra, isto é, o domínio de si mesmo, da sua natureza, alma e corpo.
Os iracundos (vício oposto à mansidão) como não dominam sequer a sua própria ira, são escravos da ira, incapazes de dominar a irritabilidade face às contrariedades da vida. Já os mansos são chamados por Cristo de Bem-aventurados, felizes, pois não se deixam levar pela raiva ou irritações e por isso não perdem a paz interior.
Ser manso é uma virtude e, por isso mesmo, adquire-se pelo treino, pelo hábito de julgar as situações não pelas emoções mas pela razão.
Para sermos mansos, precisamos da ajuda de Deus, para vermos as coisas com os olhos d’Ele e julgarmos sabiamente a hora e locar apropriados para a ira, usando o critério da caridade. Por este critério, o Manso suporta as contrariedades, humilhações e injustiças contra si na medida em que isso é proveitoso para a sua alma, testemunha a sua fé e promove a conversão do seu próximo.
Mas o mesmo Manso poderá discernir que agir com santa ira é benéfico ou mesmo necessário para corrigir o próximo e afastá-lo do mau caminho, ou para defender os inocentes e punir os agressores.
Por isso, fica o conselho de São Boaventura:
“A mansidão vai contra a ira e as fúrias, não para que o homem nunca se encolerize, mas para que o faça onde e quando deve. Algumas vezes se considera manso o homem que cala enquanto outro peca. Isso não é mansidão!”
Deus Vult!