ORAÇÃO DE SANTO AGOSTINHO - Para pedir o amor a Deus

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Ó meu bom Jesus, para que consiga da Vossa misericórdia um grande amor e devoção a Vós e a Vossa Santa Mãe, e para os inspirar aos outros, recebei a oração ardente que Vos faço, com Santo Agostinho e os Vossos verdadeiros amigos:

Vós sois, Jesus, o Cristo do Senhor;

meu Pai Santo, meu Deus Misericordioso,

meu Rei infinitamente grande;

sois o meu bom pastor, o meu único mestre,

o meu adjutório bondoso,

o meu bem-amado de beleza inexcedível;

sois o meu Pão de vida, o meu Sacerdote para sempre,

o meu guia para a Pátria, minha verdadeira Luz,

a minha santa doçura, o meu caminho direito e sem desvios,

sois a minha sabedoria preclara, a minha simplicidade pura e sem mancha,

a minha paz e e a minha doçura;

sois a minha salvaguarda, a minha herança,

a minha salvação eterna!

Ó Jesus, meu doce Mestre, porque terei amado outras coisas e desejado o que não era Vós? Onde estava eu quando não pensava em Vós? Que, pelo menos, a partir de agora, o meu coração não tenha outros desejos e não se inflame se não por Vós, meu Senhor! Que ele não se dilate mais do que para Vos amar! (*1)

Desejos de minha alma, correi! Não vos demoreis mais!

Procurai atingir aquilo porque aspirais, procurai aquilo que desejais alcançar!

Anátema quem Vos não ame! Que aquele que Vos não ame seja repleto de amarguras! (*2)

Ó doce Jesus, sede o amor, as delícias, a admiração de todo coração que se consagra à vossa glória.

Deus de meu coração, minha parte, divino Jesus, desfaleça o meu coração em Vós e vivei Vós em mim! Que se acenda na minha alma a chama ardente do Vosso amor e se seja este amor o princípio de num incêndio divino! Que esse amor arda continuamente no meu coração, que abrase o mais íntimo de meu ser, que consuma o mais profundo da minha alma;

Que, finalmente, no dia da minha morte eu apareça diante de Vós consumido no vosso amor. (*3)

Amén.

Comentários:
Esta bela oração pode ser recitada todos os dias. Ela contém, pelo menos, três grandes lições que gostaria de expor:

(*1) Que nada devemos antepor a Jesus Cristo! Quando Deus é posto em primeiro lugar, as coisas secundárias não são suprimidas, mas sim realçadas. O amor ao próximo torna-se mais perfeito, o uso das coisas é ordenado para o Bem, o nosso coração é dilatado;

(*2) Que só há felicidade em Cristo. Desejar a alguém uma felicidade fora de Cristo é desejar-lhe uma mentira, uma falsa felicidade que o levará ao desespero e à perdição.
"O que interessa é que sejam felizes", diz-se hoje em dia. Quantas vezes, por estas simples palavras, somos permissivos para com aqueles que estão em miserável situação de pecado? Assim, seremos cúmplices dos seus pecados, no Juízo Final. Isto é uma falsa caridade para com os que vivem completamente iludidos pelos prazeres mundanos.
Para eles, deveríamos antes orar a Deus como santo Agostinho, para que amargure a sua má vida, como fez com o filho Pródigo quando se deparou desejando matar a fome com a as bolotas dos porcos, para assim despertá-lo da ilusão e do engodo em que se meteu.

(*3) Que não há limites ao amor a Cristo. Toda a nossa vida precisa ser um romance entre nós e Ele. Amar a Deus é a única coisa para a qual não existem exageros nem extremismos. Como Deus ama-nos infinitamente, não há limites ao amor com que nós lhE podemos retribuir. E é por isso que esta vida é tão preciosa. Quanto mais dilatarmos o nosso coração para O amarmos na Terra, maior será o nosso gozo no Céu!
Que santo Agostinho de Hipota interceda por nós, para que Deus nos consuma completamente no Seu amor!

Deus Vult!