DESERTO, JEJUM E TENTAÇÃO - MUNDO, CARNE E DIABO
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Jesus Cristo, indo para o deserto, venceu o mundo; jejuando, venceu a carne; e resistindo às tentações, venceu o demónio.
Por Mundo, entendamos a grande quantidade de distracções, enganos e pressões que o ambiente em que vivemos oferece para nos distanciar de uma vida em união com Deus.
Ideologias enganadoras, diversões, maus costumes e modas, o "respeito humano" que tantas vezes nos leva a preferir ser bem visto pelos amigos e sociedade do que por Deus. Não nos enganemos! É preciso uma grande determinação para desapegarmos-nos do mundo e apegarmos-nos a Deus.
Por Carne entendamos a nossa natureza decaída, nosso inimigo interno. Constantemente somos tentados a fugir da dor e a buscar o prazer. Se não é a alma a governar as paixões do corpo, tornamo-nos carnais, escravos do corpo. A alma deixa de ser livre para amar, incapaz de sacrificar-se pelo outro.
Com Jesus, façamos jejum e moderemos as nossas inclinações.
Por Diabo, referimos-nos aos espíritos malignos que nos tentam e armam ciladas.
Porque Deus, que é amor infinito, permite que sejamos tentados? É um grande mistério. Mas lembrem-nos que aquele que não luta por nada, não ama nada. Uma das maiores provas de amor que podemos dar a alguém é lutar por essa pessoa.
Nas palavras de santo Agostinho:
"Ninguém conhece a si mesmo se não é tentado; nem pode ser coroado se não se vence; nem vencer, se não luta; nem lutar, se lhe faltam os inimigos." (Santo Agostinho)
Deus quer-nos ver lutar! Lutar como Ele lutou no deserto. E pela graça que Ele conquistou com a Sua vitória, também nós seremos capazes de vencer.
Por isso, a Quaresma é um tempo propício para a nossa santificação.
Como Jesus, precisamos fazer deserto na nossa vida, afastando-nos das más companhias, das ocasiões de pecado, das folias e festas, para nos desapegarmos daquilo que não é essencial e dedicarmos tempo à nossa relação com Deus, pela oração, recolhimento e serviço.
Como Jesus, precisamos de jejum e penitência para nos vencermos a nós mesmos. O jejum e as penitências que impomos sobre nós mesmos são exercícios que fortalecem o músculo da nossa alma, a nossa força de vontade. Ajudam-nos a educar o corpo e a capacitá-lo para uma verdadeira entrega de amor.
Por meio delas, submetemos a nossa alma a Deus e, assim, submeteremos o nosso corpo à nossa alma. Por meio dos nossos sacrifícios, unimo-nos ao Sacrifício de Cristo, em reparação da desordem que o nosso pecado provocou em nós, nos outros e no mundo.
Por Jesus, precisamos de assumir a luta corajosa e permanente contra a tentação para, com Ele, venceremos, crescendo de virtude em virtude, como bravos guerreiros do nosso Rei coroado de espinhos.
Que Deus nos dê um coração combativo para, nesta Quaresma, vencermos o Mundo, a Carne e as tentações do demónio.
Deus Vult!
Veja também: padrepauloricardo.org/episodios/as-tentacoes-de-cristo-e-os-tres-inimigos-da-alma